Malu está preocupada com a fome no mundo

Na hora do recreio o Rod foi à cantina pegar sua merenda e quando voltou ao pátio encontrou a Malu sentada no banco com uma carinha muito triste.
Rod: Malu, você não foi na cantina buscar sua merenda?
Malu: Não. Eu não estou com fome.
Rod: E por que essa tristeza?
Malu: Não consigo parar de pensar no que o professor Ari falou.
Rod: Mas ele falou tanta coisa... em que exatamente você está pensando?

Malu: Ele disse que no mundo têm quase um bilhão de pessoas passando fome.

Rod: É, isso é mesmo muito triste.

Malu: Você já pensou Rod, que 1 bilhão de pessoas é mais do que cinco vezes toda a população do Brasil?
Rod: É mesmo Malu, é muita gente...
Malu: Só de imaginar tanta gente com fome eu perdi o apetite.
Rod: Vamos voltar para aula Malu. Já acabou a hora do recreio.

Malu: Vamos Rod. O professor Ari vai explicar mais sobre os direitos das pessoas à alimentação, e esse assunto agora me interessa.
Professor Ari: O Dia Mundial da Alimentação é celebrado todo ano em 16 de outubro para comemorar a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A FAO foi criada nesse dia, em 1945, para ajudar a acabar com a fome no mundo.
Em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos reconheceu que todo ser humano tem direito à alimentação. Isso significa que todo homem, toda mulher, ou criança devem poder comer alimentos de qualidade, em quantidade e variedade suficientes para satisfazer suas necessidades.
Mas, infelizmente, 62 anos depois da assinatura da Declaração pelos países que fazem parte da Organização das Nações Unidas (ONU), esse direito ainda não é uma realidade para quase 1 bilhão de pessoas.
Malu: Professor, porque tanta gente ainda passa fome? Não tem comida que dê para todo mundo?
Professor Ari: A causa da fome e da desnutrição não é só a falta de alimentos, Malu, pois isso seria facilmente resolvido. Com os avanços da ciência e da tecnologia e com a quantidade de terras improdutivas que existem no mundo, seria possível produzir comida para todos os habitantes do planeta. O problema é que nem todos têm dinheiro para comprar a comida que precisam. A pobreza, as diferenças de renda (salário), a falta de condições sanitárias básicas, educação, água limpa e condições de vida saudáveis, tudo isso provoca a fome, porque o direito à alimentação não pode ser isolado dos demais direitos humanos, como o direito à educação, ao trabalho e à saúde.
Malu: Mas professor, se no planeta tem terra que dá para plantar comida para todo mundo, não é justo que tantas pessoas passem fome só porque são pobres.
Professor Ari: Você tem razão Malu. E a ONU já reconheceu isso. Tanto que a Declaração dos Direitos Humanos diz que os Estados devem dar alimentos para as pessoas que não forem capazes de comprá-los por razões que fogem ao seu controle, como a idade, invalidez, recessão econômica, inanição, catástrofe ou discriminação.
Os Estados têm obrigação de garantir o direito à alimentação facilitando o acesso das pessoas aos alimentos por seus próprios meios, mas também devem garantir a comida para aqueles incapazes de se auto sustentarem.
Por exemplo, os estados podem ajudar a melhorar a produtividade na agricultura para aumentar a oferta de alimentos e assim reduzir os preços deles. Podem melhorar as condições econômicas para que tenha emprego para muita gente, e tantas outras medidas que ajudam a acabar com a miséria.
Malu: Acho que entendi, professor. Para ajudar os que passam fome não basta dar comida. A vó Zita sempre fala um ditado que diz: Não basta dar o peixe, é preciso também ensinar a pescar.
Professor Ari: Isso mesmo Malu. Para ajudar essas pessoas é preciso também garantir condições para que elas próprias possam comprar os alimentos para suas famílias. E uma das maneiras de acabar com a fome é dando educação pública de boa qualidade para as crianças, para que no futuro elas possam ter bons empregos e sejam capazes de alimentar suas famílias.